Sistelo, a aldeia-monumento….
Achamos interessante no blogue da Quinta Lamosa dar visibilidade a este artigo do Publico publicado em 01 de Maio 2018 e que descreve de uma forma interessante o turismo referente à aldeia de Sistelo, mas que se pode aplicar avtantos outros casos. Aproveitamos para recordar que o Ecoturismo da Quinta Lamosa está a 10 minutos da aldeia de Sistelo.
Amélia amplia a sua tasquinha e o padre Bruno autoriza a instalação de um restaurante na residência paroquial. Os famosos passadiços e a classificação como monumento nacional têm levado ao aumento do turismo nesta aldeia minhota.
Em Sistelo, Arcos de Valdevez, a “tia” Amélia amplia a sua tasquinha e o padre Bruno autoriza a instalação de um restaurante na residência paroquial, como “medidas de contingência” para acudir ao surto turístico numa aldeia monumento nacional.
Os cerca de dez quilómetros de passadiços, primeiro, e, bem recentemente, a classificação como monumento nacional, enquanto paisagem cultural evolutiva viva, tiraram do anonimato a até aqui pacata aldeia do Sistelo, em Arcos de Valdevez, que agora vive dias agitados com a crescente “invasão” de turistas.”Dantes não se passava nada, mas agora é uma coisa nunca vista. Ainda no domingo era aqui gente que eu sei lá”, atira a “tia” Amélia, dona de uma típica tasquinha instalada bem no coração do Sistelo.
Para dar vazão à procura, está a remodelar e a ampliar o estabelecimento, que outrora foi mercearia e que agora funciona como café, mas também como restaurante, servindo petiscos e refeições.
“O problema é que nunca mais me acabam o ‘diacho’ das obras”, queixa-se, numa altura em que na tasquinha entra mais um grupo de turistas, desta vez espanhóis.
Localizada nos limites do Parque Nacional da Peneda-Gerês e conhecida como o “pequeno Tibete português”, devido aos seus socalcos, a aldeia do Sistelo tem cerca de 270 habitantes e é eminentemente rural. Mais de 70% da população, garante o presidente da Junta, tem mais de 60 anos e habitantes com menos de dez anos são apenas três. O gado anda à solta pelos montes da freguesia e, volta e meia, decide “passear” calmamente pelo meio das estradas, habituado que está à falta de trânsito.
Mas aquele é um “passeio” que nos últimos dois ou três anos se tornou mais arriscado, já que Sistelo começou a ser uma das prioridades dos roteiros turísticos dos amantes da natureza, desde logo por causa dos cerca de 10 quilómetros de passadiços, integrados na ecovia do Vez.
O risco aumentou depois de, em finais de 2017, em pleno hospital, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter promulgado o diploma que classifica Sistelo como monumento nacional, enquanto paisagem cultural. Sistelo foi, assim, assolada por uma espécie de “surto turístico”, que obrigou a aldeia a “medidas de contingência”.
Além da “tia” Amélia, também o padre Bruno decidiu colaborar, tendo cedido a residência paroquial para ali ser instalado um restaurante, que abre no próximo sábado. “Até as minhas missas passaram a ter mais gente e a serem mais animadas”, refere o jovem pároco.
Paralelamente, ao abrigo de uma candidatura ao programa Valorizar, no valor de 250 mil euros, a Casa do Castelo está a ser transformada em centro interpretativo da paisagem cultural, para acolher os turistas e os “guiar” para os vários recantos da aldeia, e um velho moinho está a ser recuperado.
À espera de aprovação está mais uma candidatura, de 180 mil euros, para juntar mais meio quilómetro aos passadiços, dar nova vida a uma eira com 31 espigueiros, requalificar um miradouro e construir um parque de merendas.
Em Sistelo, nas fraldas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, o balir e o mugir ainda são os sons mais ouvidos, mas o roncar dos motores dos automóveis já lhes começa a fazer concorrência.
….. aconselhamos continuarem a ler na nossa fonte Publico Online artº 01/05/2018